domingo, 16 de dezembro de 2012

Biologia: presente e futuro


Ciência e Cidadania    

Ciência e tecnologia - Biologia, presente e futuro

            Vivemos em um mundo admirável, que se transforma a cada dia. As principais forças responsáveis por essa transformação são as tecnologias advindas do saber científico.
            Ciência é um modo de obter conhecimento sobre a natureza; tecnologia, por sua vez, é a utilização de conhecimento, científicos ou não, para a obtenção de resultados práticos. Por exemplo, a descoberta de que microrganismos de tamanhos microscópicos causadores de doenças presentes no leite morrem quando submetidos a temperaturas superiores a 65°C, [um conhecimento sobre a natureza] permitiu o desenvolvimento da técnica de pasteurização, uma tecnologia de tratamento por calor que livra o leite de eventuais germes patogênicos.
            A tecnologia é quase tão antiga quanto a própria humanidade. O conhecimento de que objetos de borda afiada eram cortantes permitiu aos nossos antepassados lascar pedras e produzir diversas ferramentas primitivas, como pontas de flecha, facas e raspadores; essa tecnologia foi fundamental para a sobrevivência da espécie humana. A produção de objetos de pedra lascada, principal evidência do início da cultura humana, mostra que a capacidade tecnológica está presente desde os primórdios da humanidade.
            Veja um exemplo, interessante de uma antiga tecnologia que algumas tribos indígenas do Brasil ainda utilizam para pescar. Conhecendo as propriedades anestésicas de certas plantas, os índios as esmagam e fazem com elas uma preparação, que é jogada no rio. Quando os peixes atordoados começam a flutuar, eles são capturados.
            Ao longo da história, a tecnologia modelou a civilização e permitiu, entre outras coisas, a construção de uma infinidade de aparelhos mecânicos, elétricos e eletrônicos. No mundo contemporâneo, ciência e tecnologia estão fortemente ligadas: conhecimentos produzidos por cientistas são amplamente aplicados em diversas áreas, como a indústria, a agricultura, a medicina etc. Pense, por exemplo, na quantidade de conhecimento científico envolvido na tecnologia da tomografia computadorizada, que permite observar detalhes internos do corpo de uma pessoa e fazer apurados diagnósticos médicos.
            Por outro lado, a construção de armas como bomba de nêutrons, capaz de eliminar populações inteiras sem danificar um só edifício, também exigiu o emprego de inúmeros conhecimentos científicos. Esse é um péssimo exemplo de aplicação de conhecimento científico.
            Em princípio, a humanidade utiliza a tecnologia para construir um mundo melhor. Entretanto, os resultados do emprego do conhecimento tecnológico são complexos e nem sempre previsíveis. Apesar dos benefícios, também há custos e riscos. A poluição e os desequilíbrios ecológicos do mundo moderno são os principais subprodutos negativos do desenvolvimento de sociedades tecnológicas.
            Um dos maiores desafios enfrentados atualmente pela humanidade é a preservação do ambiente. O crescimento acelerado das populações humanas tem levado à destruição de ambientes naturais, à poluição e à extinção de inúmeras espécies. Isso afeta a qualidade dos ambientes e se reflete diretamente no bem-estar humano. Não é por acaso que a Ecologia, o ramo do conhecimento que estuda a interação dos seres vivos com o ambiente, vem se tornando cada vez mais popular.
            O problema ambiental tem causas complexas, mas resulta, basicamente, do grande aumento da população humana e do mau uso dos recursos naturais. No início do século XXI, a população humana foi estimada em 6 bilhões de habitantes, e a tendência é que ela continue a crescer em ritmo acelerado. Os resíduos produzidos pela atividade humana vêm se acumulando e degradando o ambiente natural, fazendo com que os recursos se tornem mais escassos e mais caros. A discussão do problema ecológico envolve não apenas aspectos científicos, mas também questões econômicas, políticas, filosóficas e religiosas. A Biologia tem muito a oferecer nessas discussões: por exemplo, pode ajudar a controlar a explosão populacional, tanto pelo desenvolvimento de novos métodos anticoncepcionais como pela compreensão dos mecanismos que regulam o crescimento das populações humanas.
            Juntamente com a Química e a Física, a Biologia também deve participar do controle da poluição ambiental. A conservação do solo, o manejo das ambientes naturais e a preservação das espécies são pontos em que a participação das ciências biológicas tem se mostrado decisiva.
            Você provavelmente já ouviu falar da Engenharia Genética, um campo de pesquisa biológica recente que consiste em um conjunto de técnicas e métodos para manipular o material genético e criar organismos antes inexistentes. Por exemplo, genes de uma espécie podem ser isolados e introduzidos em outras espécies, conferindo-lhes propriedades hereditárias novas, ausentes nos ancestrais. Organismos produzidos dessa forma são denominados transgênicos, ou organismos geneticamente modificados (OGM).
            A primeira aplicação comercial dos organismos transgênicos começou em 1982, com a produção de insulina por bactérias geneticamente modificadas. Com essa tecnologia, genes humanos são implantados nas bactérias, que passam a produzir proteínas humanas de interesse médico. Desse modo, aproveita-se a capacidade de multiplicação das bactérias para transformá-las em verdadeiras fábricas de substâncias que nos interessam, com a insulina ou o hormônio do crescimento, entre outras.
            As modernidades de Engenharia Genética têm permitido obter com relativa facilidade organismos geneticamente modificados, sobretudo plantas. O cultivo em larga escala de plantas transgênicas, no entanto, tem sido alvo de discussões acaloradas entre os defensores e opositores dessa tecnologia, como você já deve ter acompanhado pela imprensa. Os defensores acreditam que a inovação tecnológica poderá causar uma verdadeira revolução na agricultura, com o aumento da produção de alimentos e todas as consequências benéficas daí derivadas. Os que se opõem ao uso de organismos transgênicos reclamam contra os possíveis perigos para a saúde  humana.
            Sendo assim, por um lado é preciso ter certo grau de segurança quanto ao emprego dos organismos transgênicos, levando em conta seus potenciais riscos para o ambiente e para a saúde. Entretanto, também não se pode simplesmente abrir mão de uma tecnologia capaz de trazer melhorias substancias à qualidade de vida das pessoas. Não deixe de acompanhar essas discussões e formar sua opinião a respeito do assunto. Exercite sua cidadania, "fique por dentro"!         

Referências Bibliográficas
AMABIS & MARTHO. Biologia 3ª ed. São Paulo: Moderna, 2010. 
LACEY, H. Perspectiva éticas: o uso de OGMs na agricultura. Ciência Hoje, n.203, abr. 2004, pp. 50-52.

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